26 de outubro de 2012

Paginas de um diário...


quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida.
se os olhares se cruzarem e neste momento, houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu.
se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d’água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.
se o primeiro e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um presente divino: o amor.
se um dia tiverem que pedir perdão um ao outro por algum motivo e em troca receber um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos e os gestos valerem mais que mil palavras, entregue-se: vocês foram feitos um para o outro.
se por algum motivo você estiver triste, se a vida te deu uma rasteira e a outra pessoa sofrer o seu sofrimento, chorar as suas lágrimas e enxugá-las com ternura, que coisa maravilhosa: você poderá contar com ela em qualquer momento de sua vida.
se você conseguir, em pensamento, sentir o cheiro da pessoa como se ela estivesse ali do seu lado; se você conseguir adivinhar o que ela comeu no jantar, mesmo sabendo que ela tem dez pratos preferidos; se você conseguir saber o que está incomodando a pessoa, mesmo que aparentemente esteja tudo bem; se você souber exatamente o momento do filme em que ela vai estar chorando, mesmo sem olhar pra ela; se você achar a pessoa maravilhosamente linda, mesmo estando ela de pijamas velhos, chinelos de dedo e cabelos emaranhados; se você não consegue andar pelas ruas sem deixar de segurar a mão da outra, mesmo que um poste atravesse os dois ao meio; se você consegue ficar apenas 15 minutos aborrecido depois de uma briga e terminar tudo somente por meia hora; se você não consegue trabalhar direito o dia todo, ansioso pelo encontro que está marcado para a noite, se você não consegue imaginar, de maneira nenhuma, um futuro sem a pessoa ao seu lado, se você tiver a certeza que vai ver a outra envelhecendo e, mesmo assim tiver a convicção que vai continuar sendo louco por ela, se você preferir morrer, antes de ver a outra partindo, É O AMOR QUE CHEGOU NA SUA VIDA! é uma dádiva!



11 de outubro de 2012

Te escrevo, João.



Tenho trabalhado tanto, mas sempre penso em você  Mais de tardezinha que de manhã, mais naqueles dias que parecem poeira assenta e com mais força quando a noite avança. Não são pensamentos escuros, embora noturnos.
Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você. Eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende?
Eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que você fosse o meu encontro. Quis tanto dar, tanto receber. Quis precisar, sem exigências. E sem solicitações, aceitar o que me era dado. Sem ir além, compreende? Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha, por limitação humana. Mas o que tinha, era seu.
Mas se você tivesse ficado, teria sido diferente?
Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais — por que ir em frente?
Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia — qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido.
Tinha terminado, então. Porque a gente, alguma coisa dentro da gente, sempre sabe exatamente quando termina.
Mas de tudo isso, me ficaram coisas tão boas. Uma lembrança boa de você, uma vontade de cuidar melhor de mim, de ser melhor para mim e para os outros. De não morrer, de não sufocar, de continuar sentindo encantamento por alguma outra pessoa que o futuro trará, porque sempre traz, e então não repetir nenhum comportamento. Ser novo.
Mesmo que a gente se perca, não importa. Que tenha se transformado em passado antes de virar futuro. Mas que seja bom o que vier, para você, para mim. Te escrevo, enfim, me ocorre agora, porque nem você nem eu somos descartáveis.
E eu acho que é por isso que te escrevo, para cuidar de ti, para cuidar de mim – para não querer, violentamente não querer de maneira alguma ficar na sua memória, seu coração, sua cabeça, como uma sombra escura.

- Caio Fernando Abreu

7 de outubro de 2012

Na tua estante, João.



Te vejo errando e isso não é pecado exceto quando faz outra pessoa sangrar.
Te vejo sonhando e isso dá medo, perdido num mundo que não dá pra entrar
Você está saindo da minha vida e parece que vai demorar, se não souber voltar ao menos mande notícias.
Você acha que eu sou louca, mas tudo vai se encaixar. 
Tô aproveitando cada segundo antes que isso aqui vire uma tragédia.
E não adianta nem me procurar em outros timbres, outros risos. Eu estava aqui o tempo todo só você não viu.
Você tá sempre indo e vindo, tudo bem, dessa vez eu já vesti minha armadura e mesmo que nada funcione eu estarei de pé, de queixo erguido. Depois você me vê vermelha e acha graça, mas eu não ficaria bem na sua estante
Só por hoje não quero mais te ver, só por hoje não vou tomar minha dose de você. Cansei de chorar feridas que não se fecham, não se curam. E essa abstinência uma hora vai passar.
(Pitty - Na tua estante)

6 de outubro de 2012

Beijos não curam feridas.

Mentira. Beijos não curam feridas. O alívio só vem depois que a dor acaba. Deixar a dor doer. Acender a luz para ver melhor o sangue. Chamar seu nome bem alto: dor. Abraçá-la mesmo áspera, respirá-la mesmo pungente. Rasgá-la com os dentes, oferecer o pedaço úmido de saliva a outra boca que não a sua. Fechar os olhos é reter a dor que não se quer causar.Descobertas recobertas. E constatações tão suas quando as dúvidas que você semeia, aquelas mesmas que crescem e lhe estrangulam. Sem revirar bolsos ou gavetas ou existências, o seu mundo é o que tem a chave na fechadura; é o que lhe contam, não o que você questiona. Pensa ser maldade dar espelhos a quem não quer - ou consegue - se enxergar? Mas a maldade reside no que é feito sem querer. No que não é dito ou dado. Sorrateira, a mágoa causada pela displicência ocupa os espaços onde o zelo não chega. O mal está nas pequenas coisas, assim como o bem. Um tapa carrega mais sinceridade do que a mão suave sobre os cabelos suados, que perdoa algo sequer entendido. Não ter intenção é soltar a mão de uma criança enquanto se atravessa a rua movimentada. Displicência é o ponto de partida do crime. Cuidar é ser grave e urgente nas causas que doem a si. Porque dor do outro sempre chega depois. É, no mínimo, a segunda a ser percebida. Quem sabe a última, quando já não há remédio algum. E a morte é a dor que já não dói mais. É a cicatriz hipertrófica, a perda da sensibilidade tátil. Pensa mesmo que tudo passa? É outra das mentiras que lhe induzem ao erro. É mentira também que o tempo apaga. São apenas fotos guardadas. Cabe a você abrir ou não a caixa. Sejam lembranças, medos ou dores, qualquer pouco já é muito. Há quantos anos o "não foi nada" lhe cala? De onde vem esse silêncio devastador? Para qual lugar inatingível vão todas essas coisas não ditas? Silêncio não cura, machuca. O tempo não resolve coisa alguma. Deixar acontecer é a sua opção quando não sabe o que quer. Ou se quer aquilo que já tem. Esse seu medo é inércia. E aquele monstro que morava embaixo da cama, existiu? O momento de se descobrir algo é justamente quando se tem medo. Coragem é isso. Você não pode esperar inimigos reais para então aprender a se defender. (...) Não há especificação para tudo; não haverá sempre relógios e calendários. O que dói mais é a surpresa. Perigoso é o que você nega e cresce longe de seus olhos: criatura matando criador. Ter medo apenas do feroz é desdenhar a força do manso. Seria como proteger apenas aquilo que se mostra frágil. Erro. Fragilidade implica em cuidado: amparado está. O dado por forte é o comumente negligenciado. Mas o que mais resiste é também o que mais fere ao ser quebrado.

Por: Renata Bezerra

5 de outubro de 2012

Me peça, João.




Olha, eu sei que o barco tá furado e sei que você também sabe, mas queria te dizer pra não parar de remar, porque te ver remando me dá vontade de não querer parar também. Tá me entendendo? Eu sei que sim.

Eu entro nesse barco, é só me pedir. Nem precisa de jeito certo, só dizer e eu vou. Faz tempo que quero ingressar nessa viagem, mas pra isso preciso saber se você vai também. Porque sozinha, não vou. Não tem como remar sozinha, eu ficaria girando em torno de mim mesma. Mas olha, eu só entro nesse barco se você prometer remar também!

Eu abandono tudo, história, passado, cicatrizes. Mudo o visual, deixo o cabelo crescer, começo a comer direito, vou todo dia pra academia. Mas você tem que prometer que vai remar também, com vontade!

Eu começo a ler sobre política, futebol, ficção científica. Aprendo a pescar, se precisar. Mas você tem que remar também. Eu desisto fácil, você sabe. E talvez essa viagem não dure mais do que alguns minutos, mas eu entro nesse barco, é só me pedir.

Perco o medo de dirigir só pra atravessar o mundo pra te ver todo dia. Mas você tem que me prometer que vai remar junto comigo.

Mesmo se esse barco estiver furado eu vou, basta me pedir. Mas a gente tem que afundar junto e descobrir que é possível nadar junto. Eu te ensino a nadar, juro! Mas você tem que me prometer que vai tentar, que vai se esforçar, que vai remar enquanto for preciso, enquanto tiver forças!

Você tem que me prometer que essa viagem não vai ser a toa, que vale a pena.
Que por você vale a pena. Que por nós vale a pena.

Remar.
Re-amar.
Amar.
- Caio Fernando Abreu

4 de outubro de 2012

Por toda a vida.



por toda a vida, ir adiante, procurar os teus olhos nos olhos dos outros, fazer de conta que não é nada, fazer de conta que hoje é um dia normal.
um ano que passa, um ano de crescimento. que sensação de vazio, que mágoa dolorosa. mágoa de você, de mim, daquilo que não te dei.
por toda a vida procurar um ponto de apoio. o outono que passa, e talvez eu esteja melhor.
se encontrar por acaso num bar do centro e se sentir especial, mas o amor é distraído, o amor é confuso.
não fique nervoso, mas eu não te perdoo. decepcionada com você, comigo e com aquilo que não meu deu... nunca.
as mesmas desculpas, as mesmas historias, mentiras, esperanças e às vezes o amor.
me olho no espelho, me acho diferente, me acho melhor.
um ano que passa, um ano de crescimento. que sensação de vazio, que mágoa dolorosa. mágoa de você, de mim, daquilo que não existiu...nunca.

Por: Meu (des)mundo.: - por toda a vida;

3 de outubro de 2012

Estais perdendo o melhor da festa, João.


Estou diferente do que eu era uma vez, sabe? Tenho certeza que você pudesse me conhecer agora gostaria ainda mais de mim, mas não seria ainda a pessoa certa pra você  Nunca o serei, eu já entendi. Tudo bem. Você gostava de mim quando eu ainda não conseguia gostar de mim.
Eu estou mais divertida, mais animada, mais tranquila. Isso te agradaria, né? Mas eu estou muito mais madura e independente. Isso não seria do seu agrado, eu sei.
Apenas te digo que estais perdendo o meu melhor.
Estas perdendo a mulher melhor.

2 de outubro de 2012

Querido João.


Aonde você estiver e qualquer coisa que esteja acontecendo na sua vida, todas às vezes que tiver lua cheia, a procure no céu  E enquanto a olhar, pense em mim, porque onde quer eu estiver e qualquer coisa que estiver acontecendo na minha vida, eu farei o mesmo.
(Querido John)