2 de maio de 2012

Te vejo em sonhos, João.

Esta noite você veio me visitar em sonhos. Há muito tempo você nao vinha.
 No sonho dançávamos abraçados e você me cantava ao pé do ouvido: Ela que tem o rosto que eu não posso esquecer, um traço de prazer ou arrependimento, pode ser meu tesouro ou o preço que eu tenho que pagar. Ela pode ser a música que o verão canta, pode ser o frio que o outono traz, pode ser cem coisas diferentes no decorrer de um só dia. Ela pode ser a bela ou a fera, pode ser a fome ou o banquete, pode transformar cada dia em um paraíso ou em um inferno. Ela pode ser o espelho dos meus sonhos, um sorriso refletido em um riacho. Ela pode não ser o que ela pode parecer dentro da sua concha. Ela que sempre parece tão feliz no meio da multidão, seu olhar podem ser tão secreto e tão orgulhoso e ninguem pode vê-lo quando ele chora. Ela pode ser o amor que não pode esperar para durar, pode ser a sombra do passado que eu vou me lembrar até o dia que eu morrer. Ela que pode ser a razão pela qual sobrevivo, o porque e o motivo de eu estar vivo, a única que eu vou cuidar sempre ao longo dos anos e durante as adversidades. Eu vou pegar as risadas e as lágrimas dela e farei delas todas as minhas lembranças. Para onde ela for, eu tenho que estar. O sentido da minha vida é... Ela, ela, ela.
E eu acordei suspirando forte e me dei conta que estava dormindo com o iPod e que na verdade quem cantava era Elvis Costello e nao você. Triste realidade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário