12 de fevereiro de 2011

Que se foda a esperança.

Sufocada. É exatamente assim que eu tô me sentindo.
Ontem em um jantar as pessoas começaram a falar sobre casamento e filhos.
Em um determinado momento saí da mesa e fui para o banheiro. Você sabe João, esse tipo de conversa me sufoca. E então surgiu o assunto de um possível pedido de casamento. Aquele que eu direi "não". Aquele que todo mundo sabe que eu vou responder "não".

Será que a pessoa não percebe? A gente não toca na mesma sintonia. Todo mundo vê, menos ele.
Quer dizer, eu toco na minha sintonia. Sozinha. Eu e a minha apresentação solo. 
Ele falava do nosso futuro. Eu falo do meu. Ele falava "nossos" filhos. Eu falo "meus". 
Por que as pessoas tem que complicar tudo?

Neste momento da minha vida eu não quero nada sério. E deixo isso bem claro. 
No entanto me aparecem homens afim de compromisso. Por que isso? É castigo?

Ontem me arrumei toda pra ir ao jantar pensando em você. E me lembrei que você dificilmente me elogiava. Você sabe me explicar o motivo? Era por que eu não te agradava ou por que você realmente não é de fazer elogios? 
João, descobri que eu sou linda. Que eu posso ter o homem que eu desejar aos meus pés. E descobri também usar minha seduçao (pro bem e pro mal).

Hoje eu me arrumo ou tiro uma foto e recebi um kilo de elogios. Mas nenhum vem de você.
Eu escuto todos os dias o quanto eu sou uma grande mulher. Mas nunca é você quem diz.
Me dizem todos os dias o quanto eu sou divertida e espontânea. Mas nunca vem da sua boca.

Me questiono se ter feito este blog, pra colocar em palavras meu amor, está me fazendo bem. Eu penso em você com mais frequencia. Eu tenho flashes de lembranças nossas com mais frequencia. Eu não consigo beijar meu companheiro. Eu não consigo nem fazer amor. Você passou de fato a me afetar.

Dias atras me olhei num espelho, deitada em uma cama de motel, e vi a gente. Nós com as pernas entrelaçadas. Sorrindo. Lembrei de uma das primeiras vezes que fomos a um motel e o dvd do nosso cantor estava tocando. Foi sublime. Foi só amor.

E me olhando no espelho começei a dar uma crise de choro. Uma vontade de ouvir você. E me senti sem saída. Sabe por que? Pelo simples fato de eu não poder te ligar, já que nem tenho seu número. E também pelo fato de eu não saber nem mesmo quando nos veremos, considerando as circunstancias da nossa vida.

Eu me olhava no espelho e me via linda, com um corpo lindo, cabelo lindo esparramado pela cama e um sorriso que eu esboçava quando te olhava. E tudo isso era pra ser seu. Todo meu futuro. Todo meu sucesso. 

Hoje talvez você esteja com alguém melhor. Alguém "controlável". Alguém que te faça se sentir superior. Eu tô na mesma. Mas o problema João é que eu não gosto de me sentir superior e nem gosto de controlar a pessoa, da mesma forma que eu não gosto de ser controlada. O lance comigo é jogar de igual pra igual. Como fazíamos. Lado a lado. Tô cansada de homens submissos. Gosto de gente forte. 

Ainda me olhando pro espelho, com lagrimas nos olhos, os fechei e pensei em ti. Será que você estaria pensando em mim naquela madrugada de sexta-feira? Possivelmente não. Tola eu.

Tenho me perguntado quanto tempo é que vai durar essa saudade que me sufoca? Quando eu vou deixar alguém pegar o seu lugar? Tenho me sentido cansada de ser o homem e a mulher das relações. Queria ser a mulher e queria que você ainda fosse o homem. Era menos pesado o fardo. 

Ah, ando meio de saco cheio de pessoas me dizendo: Vocês vão voltar ainda.
Eu não quero ter esperanças. Eu não posso ter esperanças, porra.
Eu que se foda a esperança. Afinal, ela sempre me fodeu. Sempre me deixou na mão.

Não é mesmo, João?

Um comentário:

  1. Adorei esse jeito solto, livre e despojado que você escreve. Parabéns
    Estou te seguindo e se puder me faz uma visita
    http://freesante.blogspot.com/
    Abraço e até breve.

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